quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mestre em miniaturas expõe no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular




O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular inaugura no dia 7 de maio, quinta-feira, às 17h, na Sala do Artista Popular, a exposição “Willi de Carvalho: grandes miniaturas”, reunindo criações do artista Welivander César de Carvalho. Um dos mais criativos mestres da arte popular de Minas Gerais, Willi trabalha com o preciosismo da miniaturização, sendo considerado um dos mais minuciosos e sofisticados miniaturistas do país. A mostra fica em cartaz até 7 de junho.

Mergulhado na linguagem da temática da cultura popular - onipresente em seu ofício - utiliza materiais corriqueiros para criar pequenas obras de arte que refletem as características “neobarrocas” de sua arte, conforme observa o colecionador e marchand Roberto Rugiero, um dos maiores incentivadores do artista. O apelido Willi vem da adolescência passada na cidade de Montes Claros, onde nasceu. Lá, desde pequeno cultivou o hábito de desenhar e ainda jovem ingressou no mundo das artes.

Atualmente reside em Belo Horizonte e possui trabalhos em várias galerias e em importantes coleções de arte popular nacionais e internacionais.
Papel, pano, arame, caixas de fósforos e de remédios, palitos de fósforo, de dentes e de madeira japonesa, miçangas, fitas, bijouterias, serragem e buchas são alguns dos materiais que dão vida às criações de Willi - miniaturas, esculturas e alegorias sobre temas urbanos e rurais, muitos dos quais guardados na memória da infância, como os festejos tradicionais de sua cidade natal.

“Nos mundos em miniaturas criados por Willi de Carvalho, cabem cenas de cidades do interior com suas festas, fé e religiosidade, espetáculos circenses com bailarinas, palhaços e trapezistas, ao mesmo tempo em que podem surgir com sobriedade e pompa castelos encantados onde príncipes e princesas dançam rodeados por membros da corte (…). Tudo cabe na arte de Willi de Carvalho, céu e inferno, anjos e demônios, bruxas e fadas, mulatas e rainhas, cangaceiros e Reis Magos”, descreve o antropólogo Edilberto Fonseca, autor do texto do catálogo da exposição.

A confecção de miniaturas marca a individualidade de Willi como artista, sendo atualmente seu referencial no mercado de arte no qual vem buscando se inserir. Seu trabalho é caracterizado principalmente pela maneira como lida com as cores. Na maioria de suas obras utiliza tintas simples, compradas em lojas, porém, a fim de conseguir as tonalidades desejadas, é comum também produzir suas próprias tintas por meio do processo de adição de cola e água àquelas usadas para pintar paredes, que são mais resistentes. Além da tinta de parede, usa anilina para colorir as miniaturas de vegetação, árvores, arbustos e grama, feitas com pequenos pedaços de buchas.

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